O Filme
Sinopse
Okutá Ió revisita a história e manifestações culturais de matriz africana da região da Pequena África, no Rio de Janeiro. Com atenção para as consequências para a população local das transições no espaço urbano por meio de obras na região portuária voltadas para grandes eventos na cidade. O candomblé, o batuque do samba e as discussões em torno da resistência negra propõe uma reflexão sobre nosso papel na sociedade. Um filme feito a partir da convivência constante com membros da comunidade da Pequena África e na experiência de eventos e manifestações dentro do universo cultural que tem como palco a Zona Portuária carioca. Para trazer um pouco desses cosmos, o filme entrevista uma série de personagens com saberes históricos e experiências pessoais intrínsecas à dinâmica daquele local, a exemplo das Tias na nova geração: Celina, Maria Moura, Sônia, Lúcia e Carmem. Há também um lado de cinema direto no filme, no sentido do testemunho de eventos que aconteceram no território tema ilustrando a diversidade das expressões afro: Balaio das Yabás, o Dia de Iemanjá, Rodas de samba na Pedra do Sal, o teatro de rua, entre outros. Na montagem, a obra dispõe depoimentos e registros presenciais de eventos afim de ilustrar e construir em conjunto sentidos de solidariedade, afeto, fé, luta e resiliência.
Processo de realização
Essa jornada inicia-se em maio de 2011, instigada por uma relação de afeto dos amigos Rodrigo Moraes e Pedro Félix, então estudantes do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense, com a Roda de Samba da Pedra do Sal que ocorre todas as segundas-feiras
Naquele momento, diversas obras de reestruturação urbana ocorriam naquela região da capital carioca, conhecida como a Pequena África, no contexto da preparação para os grandes eventos que a cidade sediou em 2014 e 2016 (Copa do Mundo e Olimpíadas).
A dupla de amigos iniciou uma extensa pesquisa, passando pela história da ocupação da cidade, das raízes do samba, das manifestações religiosas e pela a cosmovisão afro-brasileira, preponderante na região portuária do Rio. As filmagens se iniciaram somente em abril de 2012, após quase um ano de pesquisa em livros, arquivos Públicos, na internet e com a contribuição decisiva do professor titular do departamento de Cinema e Audiovisual da UFF, Roberto Moura.
Aqui vale uma menção especial ao referido professor. autor do livro Tia Ciata – a pequena África da cidade do Rio de Janeiro e realizador o média-metragem Okê Jumbeba – a Pequena África do Rio de Janeiro (1985), Moura é um dos maiores conhecedores da trajetória da região. Seu extenso material de filmagens e pesquisas foi essencial para o início dos trabalhos. Rodrigo Moraes já havia colaborado com o professor quando foi monitor da cadeira de História do Cinema Brasileiro, ministrada por Moura na UFF, essa primeira relação formal iniciou uma relação de amizade duradoura que se mantém firme até os dias atuais e vem propiciando uma série de colaborações criativas.
Foi formada uma equipe que teve nas produtoras Juliana Di Lello e Julia Couto o núcleo fundamental para que o projeto se concretizasse. Todos sabemos que sem a grande contribuição das duas eficientes e dedicadas profissionais, o projeto não teria ido a diante.
Com a ajuda de muitos outros, que não caberiam no limite de palavras desse texto, o projeto foi gestado. Os enormes esforços conjuntos permitiram que se chegasse à uma versão consolidada do filme após 10 anos de início do projeto, essa versão foi finalizada no final de 2021, período em que esse projeto foi inscrito no FOCA.
Essa jornada foi marcada por mais de 30 diárias, dentre as quais, houveram visitas aos terreiro do Pai Sergio, o Tata Sessimean, registros de festas religiosas na região portuária, além de diversas entrevistas e gravações das mudanças que ocorreram na região.
O que nos motiva a realizar mais essa ação no âmbito do projeto do filme é a vontade de dar um retorno à comunidade pela rica troca de experiências que vivenciamos ao longo desse processo. É também uma oportunidade de exibir ao público importantes momentos gravados em meio à mais significativa transformação paisagística da região portuária na história recente do Rio de Janeiro, incluindo entrevistas e filmagens que não foram incluídas na versão definitiva do filme.
Trailer do Filme
Ficha Técnica
- Equipe do filme:
Diretor Assistente e Produtor Executivo: Pedro Félix
Produção: Juliana Di Lello e Julia Couto
Assistência de Direção: Heloísa Machado
Fotografia: Nina Tedesco, Vitor Novaes, Daniel Soares e Ana Luísa Magioli
Fotografia Adicional: Alessandra Stropp e Alexandre D’Lou, Sofia Maria, Demétrio Rodrigues
Som Direto: Adriano Rayol e Thomaz Viterbo
Montagem: Taís Lobo e Rodrigo Moraes
Edição de Som e Mixagem: Tiago Sobral
Correção de Cor: Pedro Félix
Projeto gráfico: Karina Gomes
Realização: Anatólia Cinematográfica e Diotima Produções
Apoio: NPD Niterói Departamento de Cinema da UFF
- Equipe do Projeto FOCA
Rodrigo Moraes: Idealização, direção, produção e edição de imagens
Maurício Hora: Expositor
Joana Rodrigues e Ana Luiza Aguiar: Produção Executiva
Luther Modesto: Cenógrafo
Raquel Machado: Museóloga e Gestão das Redes Sociais
Pedro Félix: Operador de câmera dos eventos
Carolina Lavigne: Assistência de Edição e Legendagem
Karina Gomes: Identidade Visual
Leo Viana: Web Designer
Julio Luz: Assessoria de Imprensa
Agradecimentos
Afoxé Filhos de Gandhi
Annádia Leite
Arqpedra
Caraduá Produções
Carolina Tavares
Centro Cultural Pequena África
Cia de Mystérios e Novidades
Damião Braga
Deo Mello
Dona Juraci
Filipe Pontes
Filipe Ronqui
Guilherme Cavalcanti
Guilherme Staine
Helil Neves
Instituto Pretos Novos
Inzo Tubenganga
João Martelleto (Zaga)
Julio Christor Mendes
Machado
Maria da Penha
Maurício Hora
Marilucia Luzia
Merced Guimarães
Mika Makino
Natália Miranda
Nina Moraes
NPD Niterói
Pamela Ferrer
Patrícia Ramos
Ricardo Alexandria
Rodrigo Batata
Rodrigo Savastano
Quilombo São José
Roberto Moura
Roda de Samba da Pedra do Sal
Sávio Pinheiro
Sueli Freitas
Sofia Maldonado
Tarsila Alves
Tia Lucia
Tia Marlene
Universidade Federal Fluminense
Vanessa Alcântara
Zindi Gonzaga
Zózimo Bulbul