Release do Filme

OKUTÁ IÓ

Gênero: Documentário, histórico, cultural
Duração: 60 min
Período de Produção: 2011 a 2019
Lançamento: 2022

SINOPSE

Okuta Ió revisita a história e manifestações culturais de matriz africana da região da Pequena África, no Rio de Janeiro. Atento à como obras de reconfiguração na região portuária no contexto de grandes eventos na capital carioca transformam e mobilizam núcleos da comunidade historicamente estabelecida neste território. O candomblé, o batuque do samba, quilombos urbanos e as discussões em torno da resistência negra são ingredientes que ajudam a contar essa experiência definitiva para gerações ancestrais e futuras no âmbito da efervescência de expressões étnicas, religiosas e redes comunitárias baseadas em solidariedade e empatia.

PERSONAGENS/ENTREVISTADOS

Tia Lucia
Matriarca e artista mitológica da região, contribui expondo sua experiência muito íntima com o local, sua vinda da Bahia, segredos de suas práticas religiosas e Yalorixás que conheceu. Para além do relato objetivo, traz um grau muito significativo de afeto e luz na maneira de se expressar, não só pelas suas histórias, como pelas suas pinturas. Ela faleceu há pouco tempo e ainda hoje é referência na história do matriarcado negro na região.

Pai Sergio
Babalorixá da linha de Angola do candomblé e teólogo é muito ativo em atividades religiosas realizadas na Pequena África na contemporaneidade, como o Balaio da Yabás e o Dia de Yamanjá. No processo do filme abriu seu terreiro para que pudéssemos registrar intimamente rituais como o preparo da comida dos santos, a celebração e Balaio para Oxum além de diversos eventos de candomblé de rua, prática registrada desde os primórdios das manifestações africanas na Zona portuária carioca.

Maria da Penha
Matriarca engajada no trabalho do Instituto dos Pretos Novos, na Gamboa, desempenhando importante trabalho no cuidado do acervo e do sítio histórico que se tornou fonte muito rica de pesquisa para arqueólogos, historiadores, antropólogos e estudiosos de áreas afins incumbidos de pesquisar mais a fundo a história daquela região e em especial da presença de africanos no período da escravidão e posterior abolição.

Maria Moura
Ekedi, griô, socióloga, engajada em políticas de reconhecimento do patrimônio cultural manifestado na Zona Portuária do Rio, estudiosa do carnaval e das raízes das escolas de samba. Além de figurar em diversos eventos que o filme registra, também tem grande conhecimento acerca de eventos históricos como o da criação das primeiras escolas de samba cariocas.

Mãe Celina de Xangô
Gestora do Centro Cultural Pequena África, Mãe de santo, verdadeira griô do percurso do matriarcado negro na Pequena África, está a frente de diversas iniciativas em prol da difusão cultural de matriz africana, em especial no contexto da escavação do Cais do Valongo e descoberta de artefatos arqueológicos vindos da África, como as pedras ritualísticas, os okutás.

Rubem Confete
Radialista, co-fundador do Centro Cultural Pequena África, griô com conhecimento profundo da trajetória do samba, tendo convivido com grandes nomes da música carioca. Nos presenteia com um depoimento muito rico sobre figuras históricas que habitaram os entornos da Pedra do Sal, como Donga, João da Baiana, Pixinguinha.

Maria Moura
Ekedi, griô, socióloga, engajada em políticas de reconhecimento do patrimônio cultural manifestado na Zona Portuária do Rio, estudiosa do carnaval e das raízes das escolas de samba. Além de figurar em diversos eventos que o filme registra, também tem grande conhecimento acerca de eventos históricos como o da criação das primeiras escolas de samba cariocas.

Sônia Baiana
Quituteira que veio morar no Rio de Janeiro ainda jovem, trazendo consigo os saberes culinários tradicionais da feitura do acarajé. Traçando um percurso de interação com os eventos que se dão nos Bairros da Saúde, Gamboa e Centro, expõe a importância da baiana de acarajé no Rio de Janeiro e da importância de figuras como Tia Ciata.

Maurício Hora
Fotógrafo internacionalmente reconhecido, morador do Morro da Providência, local que é tema principal de seus trabalhos artísticos. Também está engajado com uma série de projetos de cunho social e educativo, como a Casa Amarela. Maurício nos guia por um passeio pela Providência, primeira favela do Rio de Janeiro, que também teve casas marcadas no contexto de remoção de famílias para obras em decorrência da Copa e das Olimpiadas nos anos 2014 e 2016, respectivamente. Nesse passeio conversamos com alguns moradores para entender o sentimento em face à ameaça de remoção, suas ligações afetivas com o lugar e o sentido de resistência à políticas desterritorializantes.

Giovanni Harvey
Empreendedor social, engajado na articulação de políticas para desenvolvimento do patrimônio sócio-cultural e econômico da população afrodescendente também da Pequena África. Nos fornece depoimento sobre o contexto da chegada de africanos escravizados ao Rio, procurando desmistificar noções que veem esse processo como algo não-violento e consentido.

Grupo Moça Prosa
Grupo de samba formado exclusivamente por mulheres, gestado no entorno da Pedra do Sal. É um projeto engajado em trazer o protagonismo feminino negro para lugares majoritariamente ocupado por homens na práticas das rodas de samba, suas apresentações procuram também deslocar o lugar da mulher negra como objeto de mero fetiche sexual nas canções, fomentando o debate em torno da expressão musical afro-brasileira.

Afoxé Filhos de Gandhi (RJ)
Braço do tradicional afoxé baiano no Rio, o filhos de Gandhi é uma força musical de presença constante no carnaval do rio e em diversos festejos de rua na região portuária, disseminando o ijexá na contemporaneidade carioca.

TEMAS ABORDADOS

• Herança africana no Rio: história e trocas culturais na Pequena Africa carioca
• O samba e seu berço na Pedra do Sal – O matriarcado negro

PROPOSTA ESTÉTICA

Okuta Ió é um filme feito a partir da convivência constante com membros da comunidade da Pequena África e na experiência de eventos e manifestações dentro do universo cultural que tem como palco a Zona Portuária carioca. Para trazer um pouco desses cosmos, o filme entrevista uma série de personagens com saberes históricos e experiências pessoais intrínsecas à dinâmica daquele local, a exemplo das Tias na nova geração: Celina, Maria Moura, Sônia, Lúcia e Carmem. Há também um lado de cinema direto no filme, no sentido do testemunho de eventos que aconteceram no território tema ilustrando a diversidade das expressões afro: Balaio das Yabás, o Dia de Iemanjá, Rodas de samba na Pedra do Sal, o teatro de rua, entre outros. Na montagem, a obra dispõe depoimentos e registros presenciais de eventos afim de ilustrar e construir em conjunto sentidos de solidariedade, afeto, fé, luta e resiliência.

EQUIPE

Diretor: Rodrigo Moraes
Rodrigo Moraes é Bacharel em Cinema e Audiovisual na UFF (2014), e Mestre em Comunicação e Cultura na UFRJ (2019). Trabalhou durante 7 anos na TV Brasil como editor e finalizador de imagem, atuando em diferentes produtos, como documentários, programas culturais educativos, videoclipes, programas especiais e jornalísticos. Também trabalhou como montador na produtora Lascene, com a edição de três longas-metragens documentários. Como realizador, escreveu, dirigiu e editou o curta-metragem Repórter Isso, premiado nas categorias melhor edição e melhor curta-metragem pelo voto do júri popular no Recine – 2013. Também fez o roteiro, a pesquisa, a direção e a montagem do longa-metragem documentário Okutá Ió, finalizado em junho de 2020.

Diretor Assistente e Produtor Executivo: Pedro Félix

Produção: Juliana Di Lello e Julia Couto

Assistência de Direção: Heloísa Machado

Fotografia: Nina Tedesco, Vitor Novaes, Daniel Soares e Ana Luísa Magioli

Fotografia Adicional: Alessandra Stropp, Alexandre D’Lou, Sofia Maria e Demétrio Rodrigues

Som Direto: Adriano Rayol e Thomaz Viterbo

Montagem: Taís Lobo e Rodrigo Moraes

Edição de Som e Mixagem: Tiago Sobral

Correção de Cor: Pedro Félix

Projeto Gráfico: Karina Gomes

REALIZAÇÃO

Anatólia Cinematográfica Diotima Produções

APOIO

NPD Niterói Departamento de Cinema da UFF